Escritora, poetisa, jornalista e educadora, entre outras funções, Nísia Floresta foi uma mulher que mudou o mundo. Durante uma boa parte do século 19, Nísia Floresta se destacou como a pioneira do feminismo brasileiro.
Além disso, ela teve um papel fundamental na educação, em especial de meninas. Quer saber mais? Continue a leitura.
Prazer, Nísia Floresta!
Nascida como Dionísia Gonçalves Freire Pinto, no Rio Grande do Norte, Nísia Floresta trabalhou em diferentes profissões ao longo da vida. Nísia foi, entre outras coisas, poetisa, ensaísta, jornalista, educadora e tradutora.
O pseudônimo Nísia Floresta foi escolhido porque seus pais residiam no sítio Floresta. Posteriormente, a autora modificou o nome, para que este refletisse suas vivências. Ela passou a se chamar Nísia Floresta Brasileira Augusta.
Entenda o significado de cada palavra de acordo com a professora Luzia Lobo em Guia de Escritoras da Literatura Brasileira :
- Nísia: Abreviação do primeiro nome, Dionísia
- Floresta: Nome do local onde Nísia nasceu e cresceu, o sítio Floresta
- Brasileira: Um forma de afirmar a própria nacionalidade
- Augusta: Uma homenagem a Manuel Augusto de Faria Rocha, companheiro com quem Nísia teve dois filhos.
A família de Nísia Floresta
Nísia Floresta nasceu em 1810 e faleceu em 1885, na França. Casou-se pela primeira vez aos 13 anos. De acordo com Luzia Lobo, Manuel Alexandre Seabra de Melo, o marido de Nísia, tinha muitas terras e pouca cultura.
O casamento não deu certo e menos de 1 ano depois ela voltou a morar com seus pais, no sítio Floresta.
No ano seguinte, em 1824, a família de Nísia foi morar em Goiás e logo depois em Pernambuco. Lá, Dionísio Gonçalves Pinto Lisboa, pai de Nísia, se envolveu com a Confederação do Equador.
Tratava-se de um movimento que queria tornar os estados da região nordeste independentes do resto do Brasil. A Confederação desejava, também, frear o autoritarismo de D. Pedro I, que era imperador do Brasil na época.
Em consequência de sua participação na Confederação do Equador, o pai de Nísia Floresta foi assassinado em 1828.
Quatro anos antes da morte do pai, quando a família morou em Goiás, Nísia conheceu Manuel Augusto de Faria Rocha, que na época trabalhava na Faculdade de Direito de Goiânia.
O casal logo passou a viver junto.Tiveram dois filhos: Lívia Maria e Augusto Américo. Manuel Augusto faleceu em 1832, pouco depois do nascimento do caçula.
Qual foi a importância de Nísia Floresta?
Nísia Floresta foi pioneira em diversas áreas da educação, cultura e sociedade. Conheça um pouco mais sobre o trabalho dessa mulher que mudou o mundo.
Nísia Floresta e o feminismo brasileiro
Nísia começou a trabalhar como jornalista em 1831. Ela publicou seus primeiros artigos em um jornal da época, chamado Espelho das Brasileiras. O assunto da maior parte dos artigos de Nísia para os jornais era a condição feminina em diferentes culturas.
O Espelho das Brasileiras, apesar de ser dirigido por homens, tinha como público-alvo as mulheres burguesas de Pernambuco.
De acordo com a pesquisadora Zahidé Lupinacci Muzart , Nísia contribuiu com 30 números do jornal. Zahidé aponta, também, a importância que os jornais tiveram para a conquista dos direitos das mulheres no Brasil.
A importância dos jornais para a educação feminina no Brasil
Para a professora Constância Duarte, os jornais foram o primeiro meio do país onde mulheres puderam publicar seus escritos. A professora Constância explica, também, que esses jornais tinham um papel fundamental para a formação de mulheres.
Mesmo nas classes mais abastadas, muitas meninas não tinham acesso à educação. Afinal, apenas a partir de 1827 foi criada uma lei autorizando o funcionamento de escolas para meninas no Brasil. Vale lembrar que as escolas para meninos em nosso país existiam desde 1549.
Ou seja: durante quase 300 anos a educação brasileira era um direito apenas de meninos e homens. As únicas exceções, como lembra a professora Constância, eram as meninas de famílias extremamente privilegiadas, que podiam contar com professoras particulares.
Direito das mulheres, por Nísia Floresta
Em 1832, Nísia Floresta fez uma publicação que iria entrar para a história. Trata-se de uma tradução livre do texto Reivindicação dos Direitos da Mulher, de Mary Wollstonecraft.
A escritora americana é, até hoje, conhecida como uma das primeiras ativistas do feminismo em todo o mundo. O título, traduzido por Nísia na época, teve como título Direitos das mulheres e injustiça dos homens.
A professora Luiza Lobo, da UFRJ, no livro Guia de Escritoras da Literatura Brasileira, explica algo bem interessante sobre o livro de Nísia Floresta.
Embora se trate de uma tradução, há diversos pensamentos originais de Nísia entremeados ao texto original. Algumas acadêmicas, como Luzia Lobo, entendem que o livro de Nísia é uma tradução livre.
Outras pesquisadoras, por sua vez, entendem que o livro Direitos das Mulheres é de autoria de Nísia, com inspiração no livro de Wollstonecraft.
A professora Constância Duarte, por exemplo, defende que Direitos das Mulheres foi criado a partir da leitura de diferentes textos, portanto se trata de uma criação autoral de Nísia Floresta.
Nísia Floresta: a pioneira do feminismo no brasil
Até os dias de hoje, o debate acadêmico sobre o livro Direitos das Mulheres, de Nísia Floresta, permanece.
Independente disso, a publicação ficou conhecida como o texto que fundou o feminismo no Brasil. A obra teve duas edições em menos de anos. O que é considerado um tempo bem curto para os padrões do mercado editorial brasileiro da época.
Conforme apontam os pesquisadores Lia Barbosa e Vinícius Maia, a obra foi considerada inovadora por abordar a igualdade de gêneros e a participação feminina na sociedade pela primeira vez. Além disso, o livro foi considerado o mais radical do país em todo o século 19, no quesito direitos das mulheres.
Como consequência, em 1833, Nísia era considerada a primeira feminista do Brasil. Vale dizer também que Nísia Floresta enfrentou uma repercussão bastante negativa devido ao livro.
Essas críticas, de acordo com a pesquisa de Lia e Vinícius, vinham principalmente dos homens. Muitos não se conformavam com o sucesso de vendas do livro. Ainda em 1833, Nísia se muda para o Rio de Janeiro.
Nísia Floresta foi a primeira mulher a publicar um romance no Brasil?
A professora Luzia Lobo lembra um detalhe importante. Graças a esta tradução de Mary Wollstonecraft, algumas pessoas acreditam que Nísia Floresta foi a primeira mulher a publicar um romance no Brasil.
No entanto, isto é um erro por dois motivos. O primeiro é o fato de que se trata da tradução de um texto estrangeiro. O segundo motivo é que a obra Direitos das Mulheres é um ensaio e não um romance de literatura.
Nísia de fato chegou a escrever um romance histórico mais tarde, com finalidade educativa. Mas ele permaneceu inacabado. Por isso, de acordo com Luzia Lobo, a primeira mulher do Brasil a publicar um romance completo foi Maria Firmina dos Reis.
A autora, maranhense, negra e esquecida pela história da literatura durante um bom tempo, publicou Úrsula em 1859. O livro faz uma crítica bastante contundente à escravidão e ao racismo no país durante o século 19.
Recentemente, o livro de Maria Firmina ganhou uma edição belíssima, com ilustrações da artista negra Heloisa Hariadne. Outro ponto fantástico é que o leitor ganha, gratuitamente, duas aulas online sobre o livro com Lívia Natália. Lívia é poetisa e doutora em Teoria da Literatura.
Pioneira na educação no Brasil
A experiência de Nísia Floresta como educadora começa bem cedo. Ainda conforme o artigo publicado por Lia Barbosa e Vinicius Maia, a escritora trabalhou como professora particular desde 1829. Portanto, não é surpreendente que quase dez anos depois, em 1838, Nísia tenha fundado uma escola.
O Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, era apenas para meninas e funcionou durante quase 20 anos. Na época, havia poucas escolas para meninas.
A maior parte das instituições para ensino de meninas era mantida por freiras ou por mulheres estrangeiras. Portanto, Nísia foi uma das primeiras brasileiras a fundar uma escola.
O Colégio Augusto se propunha a oferecer um currículo completo. Dessa forma, havia aulas de português, francês, italiano, geografia, ciências, sociologia, matemática, música e dança.
De acordo com a pesquisadora Flavia Pacheco Alves de Souza, Nísia Floresta foi bastante criticada pela opinião pública da época. Isso porque muitas pessoas acreditavam que as meninas deveriam ter apenas educação para desempenhar tarefas domésticas.
Nísia, entretanto, pensava de forma diferente. Para a autora, a educação das mulheres era a peça fundamental para o desenvolvimento da sociedade.
Obras pedagógicas de Nísia Floresta
Durante o período de funcionamento do colégio Augusto, Nísia publicou diversos livros de caráter pedagógico.
Alguns deles são as novelas ficcionais, como Fany ou o Modelo das Donzelas e Daciz ou a Jovem Completa. Ambas tinham como objetivo a formação de meninas e jovens mulheres.
Nessa época, outros dois livros foram escritos por Nísia. Conselhos à minha filha e Discurso que às suas educandas dirigiu Nísia Floresta Brasileira Augusta. Os dois são textos não ficcionais, mas que tem o mesmo objetivo das novelas. Transmitir exemplos de conduta positivos para as meninas.
Opúsculo Humanitário é considerada a obra mais importante de Nísia e tem muita relação com o ensino. A autora expõe sua visão sobre a educação e sobre a exclusão das meninas pelo sistema de ensino no Brasil.
Literatura indigenista
A carreira de Nísia Floresta ocorreu na época do romantismo, importante movimento das artes e da literatura. Uma das correntes mais fortes do romantismo brasileiro foi o indianismo, que se caracterizava por exaltar os povos originários do país.
Em outras palavras, a literatura indianista colocava os indígenas como modelo de heróis. Algumas das obras mais representativas deste movimento são Iracema e o Guarani, ambos do escritor José de Alencar.
Nas artes plásticas, dois quadros muito representativos do indianismo são Moema, de Victor Meirelles e O último tamoio, de Rodolfo Amoedo. Na poesia, o autor indianista mais importante é Gonçalves Dias, com obras como Primeiros Cantos e I-Juca-Pirama.
A lágrima de um Caeté, de Nísia Floresta
E aqui, mais uma vez, podemos ver o pioneirismo de Nísia Floresta. Na mesma época em que todos estes homens exaltavam os indígenas, Nísia publica A lágrima de um Caeté. É um poema épico com 712 versos, que aborda a exploração que os indígenas sofreram devido aos colonizadores europeus.
De acordo com a professora Constância Lima Duarte: “O poema se inscreve de forma tão original entre os escritos indianistas do período, que nos permite, inclusive, considerá-lo um legítimo representante do indigenismo precursor de nossas letras”.
Vale a pena lembrar a diferença entre indianismo e indigenismo. Os dois gêneros são produzidos por pessoas que não são indígenas.
Porém, o indianismo é uma visão fantasiosa e idealizada, sem muitas relações com a realidade dos povos indígenas. O indigenismo, por sua vez, é a valorização da cultura indígena que realmente existe.
Portanto, é possível afirmar que o poema de Nísia Floresta é indigenista. Ou seja: ela traz uma percepção crítica, sensível e contemporânea sobre os povos originários.
Alguns exemplos da literatura indigenista são: Meu destino é ser onça, de Alberto Mussa e O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk.
A literatura indígena no Brasil
Uma curiosidade: as obras de literatura produzidas por pessoas indígenas são chamadas de literatura indígena. Há muitas produções excelentes no nosso mercado editorial.
Conheça algumas delas:
- A terra dos mil povos: o escritor Kaká Jecupé, de origem Tapuia, conta a história do Brasil e dos povos originários pela perspectiva de um indígena. O livro nasceu do desejo de trazer as vozes que até então haviam sido silenciadas para falar sobre a história do nosso país;
- Ideias para adiar o fim do mundo: Ailton Krenak, indígena que também é considerado um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade, reflete sobre as relações entre humanidade e natureza;
- A queda do céu: Misto de autobiografia e denúncia sobre a destruição da natureza, este livro fantástico traz as palavras de Davi Kopenawa, xamã yanomami. O livro é fruto de uma parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, amigo de Kopenawa há quarenta anos.
Vida na Europa
No ano de 1849, Nísia Floresta vai para a Europa com sua filha, Lívia Maria. A saúde de Lívia foi usada como justificativa para a viagem.
Isso porque a sociedade da época não aceitava que as mulheres viajassem por lazer, principalmente sem a companhia de um homem. Nos anos seguintes, Nísia vai se dividir entre a vida no Rio de Janeiro e na Europa.
Durante a estadia no Velho Continente, Nísia conheceu diferentes países, como: Inglaterra, Alemanha, Itália e Portugal.
Em 1850, ela começa a publicar no Brasil o livro Dedicação de uma amiga. O livro era voltado para a educação de moças em forma de romance histórico. Este projeto permaneceu inacabado, pois tem quatro volumes no total. Os dois últimos não chegaram a ser publicados.
Nessa mesma época, na Europa, Nísia conheceu pessoalmente Auguste Comte. O francês é considerado criador do positivismo.
Esta corrente da filosofia valoriza o conhecimento e a ciência como meio para chegar ao progresso. O francês e a brasileira se tornaram amigos e trocaram correspondência durante muitos anos.
Retorno ao Brasil
No ano de 1852, Nísia volta ao Brasil. Na época, houve uma epidemia de febre amarela em nosso país. Nos piores momentos, chegaram a morrer até 90 pessoas por dia no Rio de Janeiro.
Nísia atuou como enfermeira voluntária. Além disso, ela publicou alguns escritos aqui no Brasil neste ano. Um deles foi a crônica Páginas de uma vida obscura. Aqui a escritora denuncia o tratamento dado aos negros e o sistema escravagista do Brasil.
Poucos anos depois, em 1855, a mãe de Nísia morre. Ela, então, vai morar definitivamente na Europa. De acordo com a pesquisadora Sonia Marinho Lúcio, que publicou uma tese de doutorado sobre o trabalho de Nísia, houve dois motivos para a mudança de continente.
O primeiro foi a dor causada pela perda da mãe. O segundo foi o fato de que, na Europa, Nísia Floresta podia frequentar a universidade e círculos intelectuais. Duas coisas bem difíceis de fazer aqui no Brasil.
Nísia Floresta e os círculos intelectuais europeus
Para termos uma ideia, ela conviveu com escritores como:, Alexandre Herculano, Alexandre Dumas (pai), e Victor Hugo.
Outra mulher incrível que frequentava os mesmos círculos que Nísia era Aurore Lucile Dupin, escritora conhecida como Georges Sand. Além do pseudônimo masculino, usado para publicar diversos escritos, Aurore frequentemente se vestia como homem.
Era uma estratégia para poder frequentar locais que, na época, eram exclusivos para homens. Sand tem diversos livros publicados aqui no Brasil.
Alguns deles são: História do verdadeiro simplicio, uma fábula que valoriza a pureza humana e A pequena Fadette, que fala sobre a vida de uma jovem na sociedade do século XIX.
Além disso, Georges Sand escreveu uma autobiografia, onde conta em detalhes suas experiências extraordinárias.
Literatura de viagem
Durante o século XIX, relatos de viajantes, ou literatura de viagem, como eram mais conhecidos, faziam bastante sucesso na Europa. Nísia Floresta logo publicou alguns livros nesse estilo. O primeiro foi Itinerário de uma viagem à Alemanha.
Nele, a autora conta suas impressões sobre o país. O livro é composto por 34 cartas, muitas delas escritas para os amigos e familiares que estavam no Brasil.
Em outro livro, intitulado Três Anos na Itália Seguidos de uma Viagem à Grécia, Nísia continua a narrar seu percurso por países europeus. Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, elogiou bastante esta publicação.
Nísia Floresta: viagem como forma de conhecimento
De acordo com a historiadora Carolina Othero, as viagens eram, para Nísia, verdadeiras experiências de formação intelectual. Elas eram motivadas pela busca de conhecimento e pelo desejo de ver de perto os grandes acontecimentos de seu tempo.
Por isso, a literatura de viagem de Nísia é rica em referências históricas e opiniões políticas. Além disso, a vida social e cultural da época também ganham espaço privilegiado nos livros.
Nísia Floresta viveu na França com sua filha até o final da vida. Ela faleceu na cidade de Rouen, em 1885, deixando um legado precioso para as mulheres em geral e para as brasileiras em particular.
Por que Nísia Floresta é uma mulher que mudou o mundo
Nísia Floresta teve uma obra bastante importante em diversos aspectos. Ela foi responsável por introduzir o debate sobre os direitos das mulheres aqui no Brasil, ainda na primeira metade do século 19.
Nísia também se notabilizou por dar sua opinião publicamente sobre assuntos que eram debatidos quase que exclusivamente por homens. Alguns deles foram a situação dos indígenas e a abolição da escravatura.
Outro campo em que Nísia Floresta se notabilizou foi a educação. Ela ofereceu um currículo que buscava a formação intelectual completa de meninas. Um bom exemplo era a matemática, que até então era ensinada apenas aos rapazes.
Para completar, com seus relatos de viagem, Nísia mostrou que era possível para uma mulher trabalhar, viajar e viver sem a companhia de um homem. Ao contrário do que o padrão de comportamento da época tentava impor.
Influência na literatura
Nísia abriu caminho para outras escritoras brasileiras, como Auta de Souza. A jovem poetisa brasileira, também natural do Rio Grande do Norte, publicou apenas um livro em vida. Entretanto, é considerada uma das mais importantes escritoras de poesia romântica do Brasil.
Outra autora influenciada por Nísia Floresta foi Júlia Lopes de Almeida. Júlia é considerada a mais importante autora brasileira do século XIX, com muitas obras de sucesso. Além disso, ela foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, a ABL.
Como homenagem ao legado de Nísia Floresta, o município onde ela nasceu, Papary, hoje tem o nome dessa incrível mulher que mudou o mundo.
10 livros para conhecer melhor Nísia Floresta
Quer conhecer mais sobre Nísia Floresta? Confira nossa lista, com 5 livros escritos por ela. Depois, indicamos outras 5 obras, que falam sobre esta mulher incrível.
5 livros escritos por Nísia Floresta
- Cinco obras completas: A publicação reúne em versão integral as obras didáticas Conselhos à Minha Filha, Fany ou o Modelo das Donzelas e Discurso que às suas educandas dirigiu Nísia Floresta Brasileira Augusta. O livro traz também o poema A Lágrima de um Caeté e uma coletânea de crônicas publicadas nos jornais;
- Três Anos na Itália Seguidos de uma Viagem à Grécia: Neste livro, Nísia Floresta conta sua vida e suas viagens pelo continente europeu. O livro, escrito originalmente em francês, foi traduzido por Maria Selma Pereira. Hoje ele é disponibilizado gratuitamente pelo IFRN, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte, estado onde Nísia nasceu;
- Fragmentos de Uma Obra Inédita: Notas Biográficas: Este livro é uma autobiografia, que permaneceu inacabada devido à morte da escritora. Ele permite que as pessoas conheçam diferentes momentos e aspectos da vida de Floresta, em suas próprias palavras;
- Opúsculo Humanitário: Considerado o mais importante livro da escritora sobre educação. Aqui, Nísia usa dados oficiais para criticar o sistema de ensino da época. Além disso, a autora também destaca a falta de um direcionamento educacional e a pouca quantidade de escolas para meninas no Brasil;
- Dedicação de uma amiga: Foi o primeiro livro escrito por Nísia na Europa. Trata-se de um romance histórico, que ficou inacabado. Apenas dois dos quatro volumes previstos foram publicados.
5 livros que falam sobre Nísia Floresta
- Nísia Floresta: de autoria da pesquisadora Constância Lima Duarte, especialista na obra de Nísia, este livro aborda em detalhes a vida, a obra e o legado da obra de Floresta para a nossa cultura;
- Vida Social no Brasil em meados do século XIX: Escrito por Gilberto Freyre, um dos mais importantes sociólogos brasileiros de todos os tempos, o livro conta sobre a vida em nosso país durante o período vivido por Nísia Floresta. Há alguns trechos em que Freyre fala sobre a influência de Floresta na sociedade de seu tempo;
- Nísia Floresta: A indigenista em versos de cordel: Este livro fala sobre a importância de Nísia Floresta no que diz respeito aos povos originários do Brasil. Ele é todo em forma de literatura de cordel, a poesia popular tradicional do Nordeste;
- Guia de Escritoras da literatura brasileira: Ideal para qualquer pessoa que deseje conhecer mais sobre a autoria feminina no Brasil. Este livro é fruto de uma pesquisa da professora Luzia Lobo e fala sobre as mais importantes escritoras na nossa história;
- Nísia Floresta, o Carapuceiro e Outros Ensaios de Tradução Cultural: formado por 5 ensaios da historiadora Maria Lúcia G. Pallares-Burke, este livro fala sobre a importância dos textos jornalísticos do século 19. É ideal para quem quer conhecer mais sobre a importância de Nísia para o jornalismo brasileiro.
Principais dúvidas sobre Nísia Floresta
Você quer saber mais sobre Nísia Floresta? Tiramos as principais dúvidas sobre essa mulher que mudou o mundo.
Nísia Floresta ficou bastante conhecida por defender o direito das mulheres à educação. Ela criou o Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, que oferecia um currículo completo para as meninas.
Floresta era contra a visão de grande parte da sociedade, que acreditava que as meninas deveriam aprender apenas tarefas domésticas. Para ela, a educação das mulheres era essencial para o pleno desenvolvimento da sociedade.
Nísia Floresta viveu em diferentes locais ao longo de sua vida. Ela nasceu em 1810, no Rio Grande do Norte, no município de Papary, hoje chamado de Nísia Floresta, em homenagem à escritora.
Depois, ela viveu em Goiás e Recife. Durante a década de 1830, se mudou para o Rio de Janeiro, onde fundou o Colégio Augusto.
Na década de 1850, foi viver na Europa, onde permaneceu até o fim da vida com sua filha, Lívia Maria.
Ela faleceu vítima de pneumonia, em 1885, aos 74 anos de idade, na Europa e ficou enterrada no cemitério de Bonsecours, na França.
Quase 70 anos depois, em 1954, seus restos mortais foram levados para o Rio Grande do Norte, onde foi construído um monumento em sua homenagem.